Culinária e cultura local do Tocantins

A culinária e cultura local do Tocantins é formada por elementos distintos das diferentes etnias que compõem a população do Estado.

A presença dos povos regionais, como os indígenas e as comunidades quilombolas, exerce uma forte influência sobre a cultura local. Algumas das suas manifestações culturais são consideradas patrimônios imateriais do Estado.

Apesar de ser um dos Estados mais novos do Brasil, tendo sido fundado em 1988, a cultura secular do Tocantins reflete um longo processo de formação.

Nas danças, cânticos e manifestações populares do Estado, é possível ver claramente traços da identidade dos negros que chegaram ao território para trabalhar na exploração do ouro, ainda durante o regime da escravidão.

Em eventos religiosos tradicionais do Estado, que reúnem milhares de fiéis, é possível sentir a essência da formação mística brasileira que o Tocantins carrega consigo.

Conheça um pouco mais desta rica e vibrante cultura.

Culinária e cultura local do Tocantins

A cultura de Tocantins é também muito popular em alguns estados do Nordeste.

Algumas das festividades populares do estado incluem: a Folia de Reis, a Festa do Divino, a Festa de Nossa Senhora da Natividade, as Cavalhadas, o Congo e a Festa de Nossa Senhora do Rosário.

– Folia de Reis

A Folia de Reis celebra o nascimento de Jesus Cristo, encenando a visita dos três Reis Magos à gruta de Belém para adorar o Menino-Deus.

A origem desta festividade é portuguesa e tinha originalmente um caráter lúdico, celebrando o nascimento de Cristo.

No Brasil, a Folia de Reis chegou no século XVIII com um caráter mais religioso do que lúdico.

Em Tocantins, o alferes é o responsável pela condução da bandeira durante a folia, que sai pelo sertão “tirando a folia”, cantando e arrecadando doações para a reza de Santos Reis, que é sempre realizada no dia 6 de janeiro.

– Caretas de Lizarda

Com a intenção de causar medo e proteger sua cana-de-açúcar, um grupo de homens cobre o rosto com máscaras, se caracterizando como Caretas de Lizarda.

Quem tentar roubar seus mantimentos receberá chicotadas dos Caretas, criando uma manifestação cultural semelhante a um espetáculo teatral.

Esta tradição acontece durante a Semana Santa, na Sexta-Feira da Paixão, até a madrugada de Sábado de Aleluia, no município de Lizarda, na região do Jalapão.

As máscaras são confeccionadas em couro, papel ou cabaça, enquanto os cipós (chicotes) são feitos de sola ou trançados de palha de buriti.

A proteção à cana-de-açúcar pode estar relacionada à crença popular de que Jesus Cristo foi açoitado com pedaços de cana no Calvário. Os caretas tentam impedir o sofrimento de Jesus.

– Catira

A Catira é uma dança em círculo com par de homens e mulheres que bailam ao som do barulho produzido por suas mãos e pés, num sapateado compassado.

É comum ser dançada em manifestações religiosas, como folias de reis e Divino Espírito Santo.

Os catireiros são músicos repentistas que cantam seus poemas ao som de pandeiro, caixa e viola.

– Cavalhadas

As Cavalhadas, uma das manifestações folclóricas mais belas do Tocantins, são inspiradas nos combates entre mouros e cristãos na Idade Média, pelo domínio da Europa. Esta tradição acontece desde 1937 no município de Taguatinga, no Sul do Estado.

Atualmente fazem parte das festividades da Padroeira. Nossa Senhora da Abadia, realizadas em agosto.

Os cavaleiros são divididos em dois grupos para reproduzir o antigo combate. Os homens de vermelho representam os mouros, enquanto que os de azul, representam os cristãos.

Entre os combatentes há as figuras do rei, do embaixador e dos guerreiros, todos devidamente vestidos com capa e cocar com penas coloridas. Os cavalos usam selas cobertas por mantas bordadas e máscaras de prata enfeitadas com penas. Sem dúvida, as Cavalhadas são um grande espetáculo.

– Congo ou Congadas

Com raízes africanas e influências ibéricas, o congo já era conhecido em Lisboa entre 1840 e 1850 e é popular no Nordeste e Norte do Brasil. É popular no Natal e nas festividades religiosas.

A congada representa a coroação do rei e da rainha eleitos pelos escravos e a chegada da embaixada, levando a uma luta entre o partido do rei e do embaixador.

O rei é vitorioso e o embaixador é perdoado, culminando no batizado dos infiéis.

A base dramática da dança do congo é a história da rainha Ginga Bandi, que governou Angola no século XVII e enviou uma representação atrevida ao rei D. Henrique de Portugal, resultando na morte do heróico príncipe Suena. O feiticeiro o ressuscita.

Apenas homens participam da dança do congo, cantando músicas que relembram fatos históricos de seu país.

O grupo é composto por 12 dançarinos e o vestuário usado é colorido e significativo, com azul e branco representando Nossa Senhora do Rosário, vermelho simbolizando a força divina, e adornos na cabeça que representam a coroa e o xale sobre os ombros representando o manto real.

Em Monte do Carmo, as mulheres, chamadas taieiras, também participam da congada, usando trajes semelhantes aos das escravas que trabalhavam na corte, com blusas quadriculadas em azul, saias brancas, colares coloridos e turbantes brancos com uma rosa pendurada na cabeça.

Os dois grupos se apresentam juntos durante o cortejo do rei e da rainha na festa de Nossa Senhora do Rosário.

– Festa de Nossa Senhora da Natividade

As manifestações culturais no estado do Tocantins estão geralmente ligadas às festividades religiosas da Igreja Católica.

A Festa de Nossa Senhora da Natividade é uma celebração tradicionalmente religiosa, com devoção a Nossa Senhora, cuja imagem é festejada há próximo de três séculos na cidade de Natividade, todos os anos, no dia 8 de setembro.

Esta devoção levou à eleição de Nossa Senhora da Natividade como Padroeira do Tocantins.

A festa em homenagem a Nossa Senhora da Natividade acontece de 30 de agosto a 8 de setembro, com um novenário e leilões em barracas montadas para o evento.

É celebrada uma missa solene no dia dedicado à santa, na antiga igreja matriz de Natividade, que foi construída em 1759.

O artesanato é uma tradição importante no Tocantins e fonte de renda para vários trabalhadores manuais. O mais popular é o artesanato feito com o capim dourado na região do Jalapão. Além disso, são utilizadas palha de babaçu e buriti, cerâmica e cristais.

Culinária

A tradição é muito forte, principalmente as ligadas às religiões. Os antigos têm a crença de que os Santos Reis são os protetores da terra contra a peste, praga na lavoura e ajudam na prosperidade.

A culinária e cultura local do Tocantins, que antes fazia parte do estado de Goiás, no extremo norte, e que agora é o estado mais jovem da federação foram todas mantidas.

A Criação do estado trouxe com ele a cultura, a histórias e os costumes da região de origem. Os povos do Tocantins e Goiás compartilham tradições e hábitos alimentares.

Pratos típicos

A culinária tocantinense é uma mistura de diferentes culturas, devido à chegada de imigrantes de vários lugares do Brasil.

Com sua localização no Cerrado, o estado tem acesso a matérias-primas regionais únicas, o que resulta em pratos deliciosos, como o doce de buriti e outros frutos típicos do Cerrado.

Um dos pratos típicos do Tocantins é o chambari, também conhecido como chambaril, que é considerado como a comida-símbolo do estado.

Ele é feito com o músculo da perna do boi cozido por horas. É uma comida popular e barata, muitas vezes encontrada em feiras de rua, esquinas movimentadas, bares e restaurantes de comida a quilo em Palmas.

O chambari é comido pela manhã para dar sustança e é considerado uma boa opção para curar ressaca. Pode ser temperado com molho de pimenta para melhorar o sabor.

Outro prato típico da região é a peixada, uma receita que é feita com peixe, alho, cebola, cheiro-verde, cenoura e leite de coco.

O peixe é temperado com alho e sal, cozido em água fervente com os outros ingredientes, e servido imediatamente, geralmente acompanhado de arroz e farofa de manteiga.

– Frango Tostado

É muito apreciado pela população local. O frango é temperado com alho, sal e pimenta-do-reino.

Em seguida, o toucinho é derretido numa panela com o açúcar, cebola e forma uma calda que é colocada por cima do frango enquanto ele é assado e tostado.

– Peixe na Folha de Bananeira

Um dos pratos mais populares da região, é feito com um peixe tucunaré. Depois de limpo com limão e sal, é temperado por fora e por dentro com pimenta-de-cheiro, alho e cebola. Por fim, é enrolado na folha de bananeira e assado.

Paçoca de Carne de Sol: É um dos pratos típicos da região, feito com carne seca e temperada com especiarias e outros ingredientes.

– Galinha Caipira

É um prato tradicional e muito querido pelos moradores, feito com galinha caipira e ingredientes típicos da região.

– Pequi

É uma fruta típica do Cerrado e é usada em vários pratos, incluindo o Pequi.

– Peixe no Leite Côco Babaçu

É um prato feito com peixe e leite de coco, temperado com especiarias e outros ingredientes típicos da região.

– Feijão Tropeiro

É um prato popular, feito com feijão, carne seca e outros ingredientes típicos da culinária do Cerrado.

– Amor Perfeito

É uma sobremesa típica da região, feita com frutas da época e outros ingredientes, é uma delícia para finalizar o almoço ou jantar.